SOMBRA E LUZ

Eis o que sobra, o que permanece.

O quase que não chega a ser puro.

Fim de começo. Um tempo de não,

De vícios, vínculos com o agora.

O sopro, desperdício de amanhãs e

Esperas. Não cante, não toque, não

Insista no que não virá. Deixa,

Apreenda, conquiste. Sombra e luz.

O cais é amplo. Alguns barcos de pesca

Aportam, vazios. Quem veio de longe

Não sabe a cumplicidade de quem

É daqui; do espaço comum, do ser.

Não é fácil nem tranquilo. É certo e

Simplório quando se pinta de flores.

Amargo quando o dia segue e em

Contato com o nada, amargurado.

João Barros
Enviado por João Barros em 31/07/2019
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