SOMBRA E LUZ
Eis o que sobra, o que permanece.
O quase que não chega a ser puro.
Fim de começo. Um tempo de não,
De vícios, vínculos com o agora.
O sopro, desperdício de amanhãs e
Esperas. Não cante, não toque, não
Insista no que não virá. Deixa,
Apreenda, conquiste. Sombra e luz.
O cais é amplo. Alguns barcos de pesca
Aportam, vazios. Quem veio de longe
Não sabe a cumplicidade de quem
É daqui; do espaço comum, do ser.
Não é fácil nem tranquilo. É certo e
Simplório quando se pinta de flores.
Amargo quando o dia segue e em
Contato com o nada, amargurado.