Tinha um amor
Guardava na gaveta do meu sonho
Passado num tempo entreaberto
Que confortava o silêncio da noite
Pertinho do olhar submisso do vento
Tinha uma prece na caricia plena
Que dilatava o orvalho em lágrimas
De um amor perdido na dúvida das horas
Que ofuscava a ânsia dos errantes
O tempo era caprichoso revestia o amor
Na sombra cuidadosa da relíquia
Sem afeto perdi de nós os amores
Que vacilava na conjectura dos meus versos
Sentia o prestígio da rosa em cantos
Era todo amor que eu tinha em mim
Propagava-se na pele da alma em vida
E na pressa do tempo virou poesia
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