O Regatão
Lá vem/
Entre os muros verdes da mata/
Interligando as fronteiras/
A esperança do vilarejo/
Vem valsando as mares/
Contra o peito dos barrancos/
Aquele barco deslizando/
Vindo de um horizonte/
A visitar longínquas paragens/
Ancora no porto da saudade/
Tráz tantas novidades/
Noticias da capital/
Tráz fazenda/
De chita à linho/
Leite, café, pimenta, açúcar e cominho/
Candeeiro, sapato, armas e chumbinho/
Tabaco, rede de pesca, mosqueteiro e rede de dormir/
Remédio abessa/
Tráz cebola, alho e carne enlatada/
Desodorante à sabonete/
Panelas a pratos/
Enquanto a comunidade aprecia os utensílios/
Marujos cantam suas musas/
O mercado local logo aquece/
Pois vem a quermesse/
Vendem, compram e cobram/
A preços fora do normal/
Fazem bem, fazem mal/
Contam historias/
Mas depois de umas horas/
Semanas, acabam as novidades/
Arrumam-se pra ir embora/
Outros portos, mercados e senhoras/
Lá se vai o barco/
Entre as ilhas/
Levando corações/
Deixando para trás amores e recordações/