FILA
Fila é paciência de famintos
Um prolongar de dívidas
Ao mesmo tempo um desgosto
Com frenesi de sedentos
Fila pode ser uma dança de prantos
Ou um pesadelo de maratonistas
É uma busca pelo sol que esconde-se
Ao mesmo tempo que um dia . . .
. . . Não bem querido
Pode parecer loucura para os sãos
O lutar com batidas de pés
Um furacão nos olhos de criança
Fila é um pegar na cintura do vento
Uma busca pela terra perdida
Quem nunca pegou fila, não foi Humano
E se muitos pegam fila é porque . . .
. . . Se conformaram à serem macacos!
Eu, que sou tal animal sempre . . .
. . . Evolui para um papagaio
Pois, onde existe fila existe fofoca
Troca de olhares a moça bonita
Um jovem que ouve na solidão sua . . .
. . . Música.
E nisto tudo sabemos que o tempo
é muito mau; e ao mesmo tempo, generoso.