Verdadeiro eu
Verdadeiro eu
Sou sugado para o imenso nada
Deparo-me com meus pesadelos
Meus olhos vertem sangue
Minha boca infestada por insetos
Tento em vão me debater
Cada vez mais afundo em meus pecados
Grito desesperadamente
Estou sufocando, lama e fel
Mentiras e sangue
Meus olhos perfurados
E o viscoso liquido coagulado que escorre
Tem o fedor de corpos putrefatos
Minhas mãos descarnadas
Tomam forma de garras e rasgam minha pele
Uma desordem toma conta de minha mente
Sanidade que deixara
Pecados que cometera
Sinto as garras profundas em meu peito
Arranco meu coração
Seco, sem vida, sem pulsar
Sou meu pesadelo vivo
Desesperado
De-ses-pe-ra-do...
Não temo mais nada
Tornei-me meu maior pesadelo
Entropia
Ressurjo e abro asas
Sou meu demônio
Caos e ordem... alfa e ômega
Marcados em minha pele
Registrados em meus DNA
Pulsando em meu sangue
Vivos em minha mente
Eterno ciclo
Pesadelos e realidade
Perecer e renascer
E minhas órbitas vazias choram
O visco pútrido que corre em minhas entranhas
Assim desperto
Numa gargalhada demoníaca
Retorno ao meu eu...
Verdadeiro eu.
Eduardo Benetti