NEM...
NEM...
Nem tanto sente o vento
O balouçar dos galhos azougados,
Espirra força para todos os lados
E, perante as sombras, é unguento.
Nem sempre percebe a brisa
Que é néctar sobre os orvalhos,
Sopra, amiúde, verdores imaginários
Sobre os campos onde o amor se eterniza.
Nem se nota que a tempestade chora
Diante dum tempo que esquece as horas
Embalsamadas nas vitrines da atmosfera.
Nem se vê nas angústias, o idílio...
É a agonia que produz o sêmen do lírio
Que se espalha, que se sente, que se espera!
DE Ivan de Oliveira Melo