A máquina de escrever é antiga,
mas o seu ritmo contagiante,
telec-tec-telec-tec,
me convida a dançar.

Talvez eu já seja um ancião
de sentimentos antigos e embrutecidos;
ou talvez, não sendo eu lá tão velho,
carregue em mim um espírito saudosista.

Só sei que na música das suas batidas há
o pulsar dos meus versos,
a cadência do meu sentir e
a força da minha expressão.

A máquina de escrever é antiga,
mas faz brilhar os olhos da minha filha,
admirados ante esta forma arcaica
de versar linha a linha, rústica e lindamente,
as antigas memórias de um poeta errante.
Jefferson Lima
Enviado por Jefferson Lima em 25/07/2019
Reeditado em 28/02/2021
Código do texto: T6704540
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