Foi uma canção, um poema
fez para mim um vestido de nuvem azul, de um tecido forte por que tinha uma longa viagem por fazer... vim andando ano após ano, todo o caminho com a carroça rangendo e os bois em movimento esmagando a hortelã pela terra. e lá estava o riso em sua voz, como uma página virgem. hoje escrevo cartas de fumaça, o rio vai subindo e tropeçando para chegar, tudo persiste na profundeza dos olhos, ouço o algodão sussurrando seus passos, parece o som mais melancólico do mundo. vivo acordada entre flores e pássaros, sou como um tronco no rio, a correnteza puxando de um lado e o redemoinho do outro. já é tarde e a noite sai arrancando tudo ao redor, meus olhos procuram por ti. Mãe hoje escrevo e choro, dona de coisa alguma...