Meus rios!
Meus rios!
Na espaçosa lancha de dois andares
sento-me para apreciar a paisagem matinal;
Se bem cedo, ainda há bons lugares
para navegar depressa até a marginal.
Embarco no terminal sulsancaetanense
do rio Tamanduateí, rumo à zona norte;
A vista do rio, de alegria quase circense,
com gritos e acenos, como nem esporte.
Vegetação e pássaros às margens,
ar puro e fresco, de mato úmido;
No céu azul, já muitas imagens
do dia que começa com sol ainda tímido.
De estação em estação vamos seguindo
pelo belo rio Tamanduateí da cidade;
O Tietê, na vista já está surgindo
ao longe, com sua forte biodiversidade.
Da lancha ouço as muitas buzinas
e avisto os congestionamentos;
O transporte fluvial das matutinas
visto do conforto dos espaçosos assentos.
À estação Freguesia do Ó chego cedo,
a tempo de um cafezinho com pão de queijo;
Aprecio os pássaros e o arvoredo
que me enviam como que um beijo.
Eis que se me toca o despertador
e me arranca desse sonho mavioso;
Bom seria poder navegar no esplendor
de qualquer rio bem caudaloso.