As paredes do meu quarto
As paredes do meu quarto.
Sou corajoso em tocá-las, garanto, só eu.
Elas são pura carnificina, fedem, sangram, lacrimejam. Nelas escorrem uma secreção da qual não sei dizer.
Estão em um constante processo de putrefação, mas isso, é quando eu quero.
Tudo depende de mim, eu as criei, eu domino, defino-me como o deus.
Abro as janelas,
enfim, a luz entra. Leva consigo toda a escuridão. Ergue-se o vento, toma para si toda a carnificina. Chega o sereno, banha a alma das paredes, ela escorrem, mas a secreção insiste em ficar.
Chega, cansei.
Fecham-se janelas.
Acendo dois incensos, e deixo as paredes fazerem o seu trabalho.
Pseudo: Raízes