Plasticidade vil
Plasticidade vil
Eis que nossa moralidade apática
Deteriorada por diversidades outras
Torna-se plástica e modulável
Algo irreconhecível no final
Somos filhos da incoerência
Aceitamos o errado pela incapacidade
A insopitável determinação de sermos aceitos
Modulados ante uma sociedade podre
Defrontemo-nos com um abismo
Perdidos entre o certo e o social
Consciência pesada
Ao mesmo tempo em que a ignoramos
E o veneno espalha-se
Paulatinamente, despercebidamente
Transformamo-nos em servis
Reféns de nossa imoralidade
Cativos em nossa pútrida necessidade
Somos culpados
Somos arrogantes
Somos massa moldável
Somos um absoluto viés de querência
Apenas aguardando nossa refeição
Ração que tomas por banquete
Não somos nada
A não ser uma pobre ideia
Que Deus lançou na terra
Esperançoso de nossa mudança
E nessa plasticidade vil
Vamos galgando, passo a passo
Para o inferno em terra
Inferno em consciência
Para nossa queda em desgraça
Ao nada finalmente
Eduardo Benetti