À espera
À espera
maria da graça almeida
Tua sensibilidade crítica
é que me traz e instiga,
a investigar teus escombros!
Quero no teu interior,
com euforia ou dor,
revelar os teus sonhos.
Larga-te às minhas investidas,
são curiosidades antigas,
que me ligam a ti.
Deixa que eu te penetre
e jamais te apresses
em despir-te de mim.
Vou conferir-te a fundo,
saber-te profundo,
num chegar e partir.
E quando fores embora
ficarei aqui fora,
esperando por ti!
Sei que sempre tu voltas
e bates à porta,
que eu vou abrir.
Eu te recebo sorrindo,
achando tão lindo,
voltares pra mim.
de Maria da Graça Almeida
do Livro Espelho Poesia sem mistério