Profundamente
Profundamente
Profundamente, imerso em pensamentos
Tão turvos e fugidios que se perdem
Tornam-se obsoletos ...inexplicáveis
Sem contextos, apenas imagens vazias
Sinto-me trazido a um universo paralelo
Tudo desconexo, incompreensível
Me pego sorrindo descontroladamente
Assustado e terrivelmente disforme
Amorfo, uma massa enegrecida
Meus olhos vidrados em lugar algum
Minha boca muda grita inaudível
Sons e imagens se formam aleatoriamente
E mesmo quando desperto
Não me sinto, ainda não existo
Apenas parte de um imenso nada
Rodeado de imagens sinistras
Meus pensamentos deteriorados
Profundamente, imerso em vasto nada
Desesperado em nada ser
Desesperado em nada existir
Profundamente, imersos em pensamentos
Eduardo Benetti