Uma janela
Abra uma janela sem trincar a terra
Sinta o odor da página verde em frente
No movimento desviado pelo sol
Que consagra o fato na luz da vida
Abra uma janela sem perder o senso
Beba a primavera trançada em cores
Como a corrente que surge na escuridão
E abastece o horizonte que toca no céu
Abra uma janela sem volver a essência
Que surge sem necessitar um dia existir
E interage na sombra informal do crepúsculo
No canto das ondas que refletem sonhos
Abra uma janela sem perder o prazer
No seio profundo do abismo que escorre
E contempla o lago dobrado em águas azuis
Como a parte que roçava na pele
Abra uma janela sem marcar o tempo
Para equilibrar no íntimo a paz que vem
No cantar frágil que excita o lúdico
E aguarda em seu ventre o silêncio nu