SEM NADA

SEM NADA

De cara apresento-me

Sem cara, sem cheiro

Sem som, sem nada

Apenas palavras rabiscadas

Num papel que vira tela

As vezes triste

Noutras bela

Um turbilhão de idéias

Vindas da cabeça

Movidas pelo coração

A poesia dá-me liberdade

De expressar pensamentos

Nem todos coerentes

Não há coerência nos copos cheios

Ou vazios, basta uma gota

Para transbordar ou

Uma maluquice para entornar

A existência a tudo suporta

Com a válvula de alívio

Que a imaginação fértil

Transforma em quimera ou pesadelo

O que me invade

Seja mentira, seja verdade

Pouco importa

Cada verso sai pela porta

Entreaberta sempre

Na busca da felicidade

Numa miríade de sentimentos

Na mente que me tira para dançar

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 21/07/2019
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