SEM NADA
SEM NADA
De cara apresento-me
Sem cara, sem cheiro
Sem som, sem nada
Apenas palavras rabiscadas
Num papel que vira tela
As vezes triste
Noutras bela
Um turbilhão de idéias
Vindas da cabeça
Movidas pelo coração
A poesia dá-me liberdade
De expressar pensamentos
Nem todos coerentes
Não há coerência nos copos cheios
Ou vazios, basta uma gota
Para transbordar ou
Uma maluquice para entornar
A existência a tudo suporta
Com a válvula de alívio
Que a imaginação fértil
Transforma em quimera ou pesadelo
O que me invade
Seja mentira, seja verdade
Pouco importa
Cada verso sai pela porta
Entreaberta sempre
Na busca da felicidade
Numa miríade de sentimentos
Na mente que me tira para dançar