FUGIR DE SI MESMO
A existência me embriaga de vazio
E me leva a delirar a vida.
Tento encontrar meu momento de fugir,
De saber outras lugares e coisas,
Até o ponto de não ser mais eu.
O prazer de ser já não é possível.
Vinga dentro de mim uma agonia,
Um desespero de precisar ir além,
Transcender o verossímil e o possível
De todas as possibilidades de ser.
Preciso fugir, esquecer.
Há outra pessoa vivendo
Do outro lado da minha vida.
Adivinho em seu rosto
A soma de todos os meus passados.