Trágica Missão
A vida sob o sol estar como coisa banal/
A miséria nas cidades já é dita como normal/
Leis e homens hipócritas, são celebridades nacionais/
Enquanto a justiça faz posse, em decisões políticas e de capitais/
Assinando para o nosso tempo, condicionais/
Que transforma a liberdade num ato dos imorais/
Se olharmos para o centro veremos a igualdade dos desiguais/
Se olharmos para nós, veremos a desigualdade, que iguala os miseráveis/
De tanta inconsistência e opiniões padronizadas/
De tantas tendências ensandecidas e informações assediadas/
De tanta injustiça e iniciativas mancomunadas/
Que as vezes, já não se consegue vislumbrar a razão/
Dia a dia nos vemos impotentes/
Ditam à democracia linguagens feudais/
Criam uma confusão pra não se ter solução/
É tanta visão distorcida, que o povão/
Perdeu a identidade, a vontade aguerrida e a responsabilidade de ser a mudança/
A marcha, que se insurge nas esquinas/
Como um carnaval de trabalhadores nas ruas, apenas pontua insatisfação/
Após algumas horas todos voltam para as suas prisões/
Com a falsa ideia de cumprimento da missão/
Enquanto a realidade, em suas vaidades, vitima/
Devíamos perceber, que parar a nação por vário dias e noites/
Seguindo uma direção obstinada seria a revolução/
Mas nessa orbita, de um relógio que não se cala/
Como retrato da indiferença/
Só fomentamos a esperança dessa continua omissão/
Somos quem eles querem que sejamos/
De certo, nem sabemos pra onde estamos andando/
Pois nossas mesmices norteiam a contra mão de nossos sofrimentos/
Se queremos realmente luz na escuridão/
Estendam as mãos e acendam o pavio nessa caverna/
Pra por fim, nessa trágica comedia/
De reis e povo, senhor e escravo e de dono e empregado/
Afinal somos a alma de um só corpo/