POESIA DO DESMAZELO

Nunca mais, há de ser, nunca mais,

quando o tempo me encurrala,

e o sol quase sempre se refaz,

na manhã que a vontade falha,

o calabouço dos meus erros,

tranca forte meus anseios,

e meu sonho liquefaz,

combalido e quase enfermo,

meu desejo se acumula

pelas dobras do recalque;

é preciso mais que sorte pra fugir,

sem temer a força estranha do porvir;

para além da alavanca imoral

da sociedade animal

eu tento ir

mas fico;

Finco.

Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 15/07/2019
Código do texto: T6696359
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