POESIA DO DESMAZELO
Nunca mais, há de ser, nunca mais,
quando o tempo me encurrala,
e o sol quase sempre se refaz,
na manhã que a vontade falha,
o calabouço dos meus erros,
tranca forte meus anseios,
e meu sonho liquefaz,
combalido e quase enfermo,
meu desejo se acumula
pelas dobras do recalque;
é preciso mais que sorte pra fugir,
sem temer a força estranha do porvir;
para além da alavanca imoral
da sociedade animal
eu tento ir
mas fico;
Finco.