Preto Velho
Olhos fixos, imersos/
Num futuro passado/
Assentado em seu balançado/
Com uma solidão de portão/
Como um retrato estampado/
Sob um alpendre fustigado/
Penitenciando qualquer coisa/
Na passada das pessoas indo e vindo do trabalho/
Muitos vendo o quadro sentenciam uma dor/
Outros admiram sua cor/
Enquanto os passarinhos de bico vermelho/
Fazem pausa na seresta/
Pra mariscar pedras e bichos rasteiros/
No chão do terreiro/
Que fica em frente aquela casa/
Desse senhor/
Apreciador/