PONDO A SONHAR
Sobre a copa
dançam nuvens amorosamente,
hoje e ontem e sempre!
Já foram tantos os temporais e
o tom âmbar ao clarão do sol...
Já foi a saudade das folhas à tarde de outono,
e perfumada no acalanto da primavera.
Inacabada, posta em chuva, o universo inteiro
em cada gota...
Já teve a beleza mais murcha e a grandeza das flores.
A forma indefinda a girar sobre o leito forte da terra,
asa que se apronta para um horizonte de chumbo,
como hóspede da vida taciturna,
conferindo-lhe uma força silenciosa e pura,
pondo a sonhar as raízes à sombra da memória da semente.