Não me espere mais
Só quero rever o que já foi
Preciso calar o meu tempo
Marcado em algum lugar
E decalcado como um sonho
Que se joga inteiro e vai
Para fora da alma que segue
Sorrindo pela margem à toa
De uma vida feita na poética
Que contamina minha alegria
Num sorriso saturado
O silêncio invadiu a flor
Debruçada no sereno da alma
Numa desordem sem reflexo
Para cansar minha intimidade solitária
Vejo tantas sombras no seu olhar
Quero doar meu silêncio
Nas flores que palpitam pétalas
Dourando o caminho que percorre
Numa penumbra esvoaçante e fria
Adormecida na vertigem de um voo
Dando aos meus lábios a vez da oração
Que contava em gotas o meu segredo
Desfiando parte no arco-íris da vida
Sinto que não posso esperar.
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