minh'pior poesia
patéticas dores ainda sentidas ...
poéticas cores em dias mais cinzas,
prometa-me flores atrás de mentiras,
me tiram o folego trazendo-me vida,
a falta de brilho ofuscam sorrisos,
afaga a inércia fechando saídas,
tão ordinário seus olhos azuis,
teu cabelo liso que
ao menos reluz,
se em versos mentisse
me odiaria por isso,
levaria-os a cruz
faria-os falar,
construíram a felicidade
em cima d'um saguão de vidro,
cuidado ao andar sob essa cidade,
muitos são deuses poucos são vistos,
se fujo as vezes me odeio por isso ...
coitado daqueles que vivem da maldade
e se julgam reféns de sua realidade,
quem sou eu p’ra julgar? ...
sou refém d’meus vícios,
morto estou bem,
escondo-me em frases ...
daquilo que acham irei muito além ...
onde versos se encaixam achei meu desdém,
já que notas de cem valem
mais que abraços.