ACHADOS E PERDIDOS
apertamos o passo
diante da insistente impressão de que o tempo se esvaía.
mas que tempo era esse que quase não tínhamos
e que, talvez, nem precisássemos?
corremos num minuto
a distância entre aqui e a bahia
como se a pressa justificasse o rompante
e o rompante nos salvasse do juízo.
o que é que tanto temos que nos falta
e nem sabemos que perdemos?
o que se come na fome?
um amor que se consome?
essa é a hora de colocar à porta
o que hoje sobra e ontem cabia
de achar sem querer
o que não se queria perdido.