Onze-horas

No canteiro central do jardim,

Elas floriam às onze horas.

Chamadas Onze-horas,

Não me deixavam perder o almoço.

O fogão certamente fumegava

Aroma de feijão da mãe,

No canto da chapa quente.

Abertas, as Onze-horas convidavam

A apertar o passo até a casa.

Várias cores no relógio do tempo,

Espalhavam aquarelas

Desde a ponta da rua.

Apaixonada por elas,

Pouco as vejo hoje,

já não há quem me espere

À beira do fogão.

Perdi as horas do tempo,

Na passagem fugaz pelas ruas.

Perdi o encontro,

Perdi as cores da juventude

E já nem sei que horas são.

Dalva Molina Mansano

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 13/07/2019
Código do texto: T6694704
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.