PRECIOSIDADES (171)
S O N E T O
Tu és, soneto, a síntese do belo,
os acordes de eternas sinfonias.
Em ti dormita a paz das abadias
e tens as linhas sóbrias de um castelo.
Os maus poetas te vêem como um flagelo
e fizeram variadas profecias
segundo as quais tu não resistirias,
porém, se eles te odeiam, ou te zelo.
Eu zelo a tua forma exuberante
e o segredo de estilo em ti disperso,
cantado por Petrarca e o grande Dante.
Quero acender a luz que em ti existe
- catorze bênçãos, uma em cada verso -
no coração escuro do homem triste.
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