QUIMERA DO NADA ÚTIL
Me deu um branco . . .
Meus pés sofrem . . .
Com o fone de ouvido, o amor,
Pesadelos, sonhos, branco.
Uma corda no pescoço . . .
Calça jeans e surrada,
Dentes sujos . . .
Boca seca, falta água,
Falta uma sombra,
Som do céu,
Batidas no ouvido,
Verdades mentirosas
E o medo do escuro.
Somos almas, e somos lama . . .
Somos . . .
E não somos . . .
Somos e sono.
Sono, como, medo, ruas e descaminhos.
Fale-me de sonhos e tragédias
Um carro bonito . . .
E uma vagina na tela da mentalidade,
Somos fadas e anjos nus
Somos o perdão de Eva e Adão,
Perdido nos livros,
Quando a noite vem,
Voe pássaro dos infernos
E busque carne fresca
Nos cabarés da aurora só perdão,
Não minta, não usurpe, não brinque,
Deixe a fogueira pestanejar
Somos piano de choros
Somos violinos do desamor
Somos harpa de invejas
Somos violão das guerras
Somos flauta do abuso
Somos demônios numa igreja
Somos o arrepio . . .
Somos morcegos em busca do,
disco voador.
Prantea o lobo
Amargura e mais morte.
Andamos pouco a pouco
pro abismo filosófico
E quando caímos nos
deparamos com contas venenosas.
Vai pelos valados e pergunta
Se ouve um leão manco nas cavernas
E perceberás que tudo que existe
na vida os mortos herdam.
Somos ratos e muito ricos de fome
Fome de pavor e risos
Perceba que somos velas
Verdades, e em mentiras atrativas . . .
Vou caminhando para o Céu, mas
busco em tempos remotos
um consolo para não ser um
idiota na frente
de grilos voláteis.
Desculpe . . .
Mas o tempo . . .
O tempo nas quimeras . . .
Somos fogo voláteis
E volátil vamos atravessando
a pista dessa
loucura poética.
Talvez . . .
. . . Cresça árvores
na minha boca
e com isso,
um fruto
de ais nas
raízes.