QUIMERAS
QUIMERAS
O sol tímido
Dissipa as brumas do chão
Deixa ver relva e flores
Agora ao alcance das mãos
O céu ainda pálido
Não colorido azulão
Pássaros despertando assanhados
Ninhos em convulsão
Bípedes indiferentes
Encolhidos pelo frio que os atinge
Comprimem-se sem ação
Os lábios trêmulos
Buscam outros a aquecer
Abraços são benvindos
Em línguas de ainda não
Esperemos pela lua
E troquemos a rua
Pelo quarto em ebulição
Quem sabe essa quimera
Seja para nós nova era
Metamorfoseada em paixão
De passado distante
Que se foi qual brumas
De reminiscências algumas
Estreitadas pelo frio
Mas quem sabe ainda
Possa gerar arrepios