O tempo celebra
O tempo escoa no silêncio crescente
Sensível e santificado como uma oração
Construído no canto risonho da noite
Na fragrância em busca de abrigo
Para sonhar com sua lembrança
O tempo dinamiza a angústia em pauta
Na tempestade secreta das paredes pálidas
Relata o sentimento como ofertório
Desenhando o formato da emoção
Adequando o espaço ao perfume da vida
O tempo cai no degrau que deita o sol
Fazendo prosperar em flores tímidas
Partindo em células o grão da vida
Na noção da realidade que perpassa
E caminha paralelo ao instinto
O tempo desfia em versos os sentidos escritos
Colando os fragmentos em várias partes
Perpetuando o abismo no vazio nu
Na claridade que estabelece a voz
Seguindo um atalho poético
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