Asa des.continuada
a melhor hora da noite é o café dos teus cabelos
bebe o silencio do pincel, a ausência de ar.
os gestos nascem de vários tamanhos
onde não terminamos, o sentimento aparece.
cada linha, cada imperfeição e tua boca não dita.
tropeçando no berço de toda letra, o juízo final.
querendo o que eu houvesse querido
e teus olhos tão meninos guardam
a pele que desenha o vestido, o castigo.
num jeito de morrer nem aqui, nem ali.
escreve-me a lápis
como se me perdesse quase ilegível
inundado esvaziado
sim, ao meio, ao mar.