AO SOL
AO SOL
Sentado ao sol
Aqueço pele e ossos
O dia passa manso
Entre o nada e lugar algum
Compromisso nenhum
Leio Mallarmé
Esforço-me para entender
Ergo Brinde à minha ignorância
Desde sempre última instância
De verbos que não rimo
De versos que não conjugo
E estando sob o jugo
Do tempo de relógios
Saúdo ampulhetas
De outros tempos
Em que pensamentos refinados
Verdadeiros labirintos
Eram qual absintos
Misteriosos de aromas
Presentes em frascos de ilusão
Um lance de dados
O acaso em jogo
Sob as cinzas da concretude