PERDIDOS
PERDIDOS
Madrugada fria
Rua vazia
Silêncio ensurdecedor
Ronca um motor
Perdido na noite
Que já vai embora
Sem encontrar aurora
Após pernoite
Vai dormir pelo dia
Até quem sabe a Ave Maria
Para de novo ir ao encontro da lua
Na mesma rua
Fria vazia
Surda muda
Aguda
De estrelas sem pontas
Tontas de afrontas
Sofridas ao chão
Mortes sem perdão
Toca o sino da igreja
A sirene da ronda
Cabeças nas bandejas
Rolam em ondas
Atrozes vorazes
Incapazes de pazes
Nas ruas frias
Sem corações e orações
Em novos dias
Sem alforria
Entre muros prisões