Relógio

Lembro que meu relógio está parado,

Mesmo assim olho para o braço na velha intenção de

Contar o tempo em minutos,

Horas, dias, semanas, meses, anos,

Em estações, em ciclos que

Porventura se distribuem indefinidamente.

Meus olhos fingem que dormem enquanto

Minhas mãos tocam a memória

Em busca de uma lâmpada

Acesa distante no sonho

Além desse momento que me escondo

Dos bancos nos bancos vazios

Das praças vazias nas horas tardas

E de novo o tempo mostrando de forma

Difusa a aproximação perspicaz da

Noite com suas densas sombras

O meu relógio parado ou não conta comigo.

João Barros
Enviado por João Barros em 05/07/2019
Código do texto: T6689004
Classificação de conteúdo: seguro