lenda nascente

virava noites – ardia

entranhas se abriam

sem pudor e alegoria

amava os astros

a rede com a lua dividia

afetos sem lastros

do corpo-travessia

a tribo toda sabia

depois da oferenda

solitária adoecia

desvario na tenda

de súplicas sofria

raio na fenda

da oca vazia

vida não esquece

puxa a linha

a febre na tardinha

o gosto do bagaço

o sumo – o humo

e cobra o laço

a fragrância do fumo

a lenda ganha espaço