Casca
O vazio preenche o que restou de meu tudo
Sangra-me ao tornar real o que agora não me quer
E o que eu tentei abraçar um dia
Fora embora enquanto eu ainda me encontrava
Reflexos de uma alma errante e confusa
Cercam-me de incertezas e dúvidas
O dúbio sentimento ao deparar-se com um dilema
Mas sou de carne, ossos e ferro
E mesmo assim me sinto oco
Uma casca que carrega o que um dia foi alguém
Ou o que restou de algo que era capaz de sonhar
E assim navego em tua nau pelo rio imaterial
Sem saber o que existe no fim
Chacoalhando aos ventos primaveris
Sentindo o ar passar pelo buraco em meu peito
(Guilherme Henrique)