SAUDADE - (triolé - poesia francesa)
Oitava. Octossílabos. Rimas: ABaAabAB
SAUDADE
Tranco a saudade no meu peito,
Saio à procura de outro abrigo,
Mesmo sabendo não ter jeito!
Tranco a saudade no meu peito...
Mas é você o meu eleito,
Sei, só serei feliz contigo!
Tranco a saudade no meu peito,
Saio à procura de outro abrigo...!
A estrutura do triolé consta de uma oitava, ou mais, com duas rimas apenas, de modo que o primeiro verso se repete no quarto, e os dois primeiros fecham a estrofe, como o sétimo e oitavo, assim: ABaAabAB (as maiúsculas representam os versos que são repetidos como estribilho).
Essa repetição é o marco do triolé, porque ela é como um “grifo” e a leveza do poema como uma "seta"; por isso o 'triolé' é identificado como poesia epigramática.
xxxxx
Belíssima interação do poeta LUIZ EDUARDO MARTINS
DE OLIVEIRA. Grata!
DOR DE SAUDADE
Faz quanto tempo que lhe invade
e nada muda que o impulso retarde.
Caçoa do que nela tanto lhe arde:
um mar que não quer que se nade.
Mas nada deve falar a quem sabe
dentro de sua alma que é o alarde.
Sua dor chegou e já lhe era tarde
e por maior que seja nela ela cabe.
Essa dor que nem tanto a machuca
não sei se alimenta a sua alma maluca
e deve sofrê-la se sua dor ela sentir.
É uma dor que, ao doer, ela resiste
porque esse sentir é o que insiste:
'não retarde, saudade, que me faz sorrir'.