Ode ao meio 
 
o vento das noites
delicado e inquieto no centro da sala
a lua dividindo o quintal
a indistinta poeira para alimentar as rosas
a vida toma uma dose de si mesma
numa igreja profunda
o silencio encolhendo a cada dia
no ventre de uma açucena
o sol rodopiando por aí
nos mares da China, pela sua janela
inventa outra maneira de desaparecer
o tempo vai descendo uma escada aos poucos
deixa a porta encostada
para o mundo passar
num copo de blues com gosto de Whisky
como se hoje não fosse hoje
(e) sim uma seda que voa
 
Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 02/07/2019
Código do texto: T6686987
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