DIFÍCIL É A VIDA
Há o corte que sangra,
a dor sufocada,
O desprezo,
A tristeza.
Olhar calejado.
Que triste é a vida,
Eivada de maldades,
De cartão clonado,
Falsidades.
Confiança,
Fia,
Desafia
Confia.
Tudo incerto
Na máquina
De cada dia.
Destempero,
Desespero,
À noite
Vem a agonia.
Tudo piora
No escuro,
A dor na face,
A tosse,
A insônia.
O medo,
A cólica,
Falta de ar
E o silêncio.
A vida é perigosa,
Puxa o tapete,
É tinhosa
E a gente
Um joguete,
Madeira grossa,
Torniquete.
Lenha verde
Fumacenta,
Queimando os dias,
Pirracenta,
Testando pra ver
Quem é de nós
Que a aguenta.
Dalva Molina Mansano