Destino
Destino
O sujeito livre tem tantas opções
que não sabe para onde vai.
E se não sabe para onde vai
já não é mais livre.
A liberdade nunca existiu
desde nossa primeira queda.
Quem se acha livre
acha-se assim porque nada viu nem sentiu.
A tal democracia é ficção;
está sempre sujeita à sua opinião.
Como se poderia ser livre de verdade?
Ela conseguiu! Ao se esvaziar de si,
De suas vestes humanas,
De seu desejo vil.
Quando uma alma fica órfã?
Ora, o filho fica órfão
quando perde o pai ou a mãe.
Mas e a alma? O espírito não perde a alma,
mas a alma pode perder-se do espírito;
e então sobrevém o desencantamento.
As sombras tornam-se pesadas,
nenhum unguento;
o sentido íntimo das coisas se esvai.
O existir torna-se vazio
e por ser vazio, pesa imensamente.
Não pergunte pelo Pai.
Pergunte por você. E vai.