PRIMEIRAS HORAS

PRIMEIRAS HORAS

Nas primeiras horas da manhã invernal

Dissipo meus medos e arremedos

De coragem fingida

Medo da vida

Infinda na finitude

E essa solitude

Me inspira

Qual o raiar do azul

Que respiro pela boca

Narinas e olhos

Procurando o renascer

No ritmo das pernas

Sem ponteiros nem tic-tacs

Encho-me de ares

Numa atmosfera diáfana

Eu e eu mesmo

A esmo

Na rua cintilante

De luzes artificiais

Folhas espalhadas ao vento

Invernais no firmamento

De lua indo sol vindo

E novamente eu somente eu

Sem sombra

No silêncio que sobra

Da noite que se vai

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 02/07/2019
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