"COITÉ, CUIA, LÁ NA ROÇA SE COME COM A MÃO

Nasci lá no sertão

No Coité apertava o feijão

Pois na roça se come com a mão

Na casa de farinha

Forno aceso torrando a branquinha

No molho o pirão feito com farinha

Acompanhado da boa caninha

Lá no meu nordeste

Coité a metade da cabaça

Prato, ou copo, pra tomar cachaça

Coité, vasilha cortada no mato

No engenho cana caiana pinga purinha

Lá se faz cigarro com fumo do bom

Cachaça da boa, e farinha no pirão

Pra rebater o calor um gole da fresquinha

Coité, cuia la roça é prato

Um bom Coité a gente tira no mato

É preciso paciência

E apurado paladar pra comida degustar

Na Coité bebi cachaça

Trabalhando duro na roça

Até a hora de se retornar a velha palhoça

No nordeste não se tem luxo não

É cuia na mão e o corpo alojado no chão

Poeta do Nordeste
Enviado por Poeta do Nordeste em 01/07/2019
Reeditado em 01/07/2019
Código do texto: T6686116
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