Sigo na margem
 
Sigo passando em tempo
Entre o espaço falho e o grão da terra
Numa sombra sem a obsessão da luz
A tentação arde na essência da alma
Transformando o anúncio num canto
E num longo espaço desnuda-se
Dilatando o caminho que passa
Para sublimar a imensa saudade
Deixando profano o devaneio
Para santificar a doçura da solidão
O vento fecha a porta das lembranças
Num quadro íntimo de um nu glorioso
Deixando o instante ao acaso
Para viajar na poesia do tempo
Larguei parte de minha esperança
Para juntar todos os fragmentos
Transformado pela ilusão ausente
Para vibrar tudo em feição
E num recanto obscuro repouso
Em segredo guardo os rasgos
Na margem que relata
O reflexo de uma vida


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Gernaide Cezar
Enviado por Gernaide Cezar em 26/06/2019
Reeditado em 02/07/2019
Código do texto: T6681936
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