Bodas de Cereja
Ali estava ela
Envergonhada pegando pão
Mal ela sabia
Que eu a fitava no balcão
Vi os olhos dela no espelho
Um olhar singelo
Um olhar certeiro
Que acertou meu coração
Quando menos pude perceber
Já estava ali
Querendo sua mão
Com muita dificuldade
Juntos vivemos
Desbravamos o caminho
De mãos dadas aprendemos
E quando já com as crianças
Sapato não tinha
Coberta não tinha
Quase que a comida faltou
Mas o melhor a gente teve
Mesmo em meio às incompreensões
Oração e Fé sempre sobrou
Hoje são cinco filhos
Dez netos
Onze bisnetos
Uma alegria por inteiro
Já são 59 anos
Já estou contanto por hora
Mas ainda vejo o mesmo olhar
Nos lindos olhos da minha senhora