TENTAÇÃO

Bem atrás da macieira
eu me escondi do mundo,
comi tudo que podia,
os frutos rubros, vermelhos
de um tom intenso, profundo...
Se pequei eu estou frita,
as maçãs são tão bonitas,
e o pecado mora ao lado
com a serpente de banda,
que incentiva, que manda,
não há como escapar
à tentação que me acena.
Deixo, pois, o meu poema
inacabado, no meio.
Vou em frente sem receio,
não olho, sequer, para trás.
Me arrepender? Ah, jamais!
Sem pensar como a maçã,
e espero o amanhã.