Paranapiacaba
O sol do inverno aquece um frio em meu coração vazio.
Eu chego a um lugar guardado pelo tempo.
Ouço as vozes que parecem vir de dentro.
Ouço o riacho tornar-se um rio.
O ar é limpo e puro.
Há um contraste entre o vivo e o morto, o claro e o escuro.
Recentemente, parti o meu coração.
Entre todas as palavras ditas e escritas eu me encontrei em solidão.
Mas em seus verdes braços eu me libertei dos meus demônios internos.
Sua lembrança viverá em mim por todos os anos e por todos os invernos.
Pois toda a dor se acaba.
Em Paranapiacaba.
Eu dancei com espíritos e fui rodeado por andorinhas.
Voei com borboletas e conversei com aranhas, todas amigas minhas.
Das folhas secas eu me fiz uma coroa.
Fingi tocar violão, para me rodear de música ambiente e energia boa.
Estive em um tempo em um lugar.
Um tempo sem em nada ou ninguém, pensar
Um tempo refugiado.
Trabalhando para que a vida começasse a mudar.