MONÓLOGO
Tenho um encontro comigo
Quando estou só.
Entendo-me e vejo em mim o pó.
Só minhas ações é que valem...
Porque eu mesmo, nada sou.
A vela só é vela quando acesa,
Pois apagada, é só um pedaço de cera.
Pra quê essa carreira?
Caminho a passos lentos
Assim aproveito os ventos
E os alentos da vida.
Talvez alguém me escute,
Mas eu me escuto melhor!
Sozinho, viajo na imaginação...
E sem perturbação
Chego sempre num destino
Sem desatino
E sem confusão.
Não gosto de estar sozinho
Não é bom viver sozinho,
Mas quando estou nesse “ninho”
Mais fácil caminho.
E quando acercado de tantos...
Divido os encantos
De quando canto sozinho.
Ênio Azevedo