A LÁGRIMA DO PRANTO
Poema de:
Flávio Cavalcante
 
I
O peito ainda está em pranto
As noites doces têm sempre amargor
Nem os pássaros escuto mais seu canto
Até a vida já não tem o mesmo valor
II
As flores não são belas como antes
O temor parece meu maior companheiro
Vejo a lápide como a lua cheia de diamantes
Nos sonhos, correntezas e à deriva um veleiro
III
Sementes germinadas já doentes e putrefatas
Caminho de fogo, acúleo e muito pedregulho
No horizonte a beleza sem belezas sensatas
A poça da lama que eu bebo e mergulho
IV
Confusa pauta sem nenhuma descrição
O sonho que traz a esta realidade
Um barco ancorado no cais do coração
Esperando que desça a profunda saudade
V
A lágrima é como a ferida que arde de dor
Desde aquele momento que você partiu
Andei até esquecendo o que é ter amor
E a minha alma jorra o pranto e jamais sorriu
 
(Poema dedicado aos meus saudosos pais)
 

 
Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 23/06/2019
Código do texto: T6679875
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