Os homens morrem no rio
pelo corte da bala, ácido aço.
Com o cáustico sol de meio-dia,
suas vidas se perdem
em dia de fervente mormaço.
E assim, mais um carregamento
de drogas pelo rio se vai.

Nos gabinetes climatizados
decisões burocráticas em revés,
retiram-lhes honra e dignidade.
Pois, friamente
são tratados como palhaços!

Frente facções criminosas, 
gestores engravatados, se omitem.
Não possuem sequer coragem 
de navegar ante mortais balaços.

E assim os heróis ficam esquecidos...
Somente familiares e amigos,
choram secretamente sobre seus túmulos
fazendo-lhes as devidas homenagens.
Onde enfim, jazem seu espaço.


Nota: Dedico este poema aos policiais que dedicam suas vidas 
ao combate do tráfico de drogas.