DIÁRIO DE UM VICIADO
Vivo esta abulia, ainda vivo,
(e isso todos os dias...).
O meu lenço é sujo e o meu
tempo é curto.
Sou como um alienígena...
vivo na terra mas, pertenço
ao mundo da lua.
Respiro e transpiro alucinógenos,
(numa viagem sem volta...) ;
já que a minha casa é a rua.
O meu sangue é inerte ;
minhas veias são vias,
são campos de guerra,
de testes de trinchas.
Já não sinto nem dor,
já não tenho pudor.
"Um sepulcro aberto",
sem amor, sem valor...
turvo, espectro.
Vivo este dissabor.
Eu transpiro, eu choro.
Ainda respiro e imploro:
me livre deste vício, "indômito"!!! É trágico, mas eu preferia que
fosse cômico.