Homem-Planta

Quando fui planta

bebi o orvalho da manhã

e o sol desorvalhou minhas folhas

antes de pousar a borboleta

que foi casulo, foi crisálida

em meu caule foi transmutação

vida simples complicada

em plena transubstanciação

e o colibri apaixonado

deitou sua sede em meu pólen

voou suas cores no céu

que num ribombo trovoou;

caiu a chuva

gotículas celeste do firmamento

germinou as sementes espalhadas pelo vento

e eu, alma de natureza

e eu, coadjuvante da calmaria

que invadiu o coração

que despetalou o coração

da flor tolhida que foi colhida

e oferecida n’alguma oração...

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 23/06/2019
Código do texto: T6679559
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