VESTIDO DE POESIA
Se me julgas pelo que escrevo,
Saiba que meu caráter não está no papel.
Apenas a inspiração que atrevo
Para às vezes, falar de trapel.
Eu me visto de poesia,
Mas a poesia não se veste de mim.
No máximo a minha alegria
Antes que chegue ao fim.
Não devemos misturar os rumos...
Principalmente quando não os conhecemos,
Pois causaremos desaprumos,
E mais nunca nos abracemos.
Eu vivia antes de te ver
E viverei sem teu querer,
Mas se cultivarmos a paz
Dividiremos o prazer.
Se me procurares nas letras
Não me encontrarás
Verás alguns rastros extras,
Mas meu eu, não verás.
Bom! Estou aqui.
Das letras à parte
Mostrando a ti,
O que vale é a arte.
Ênio Azevedo